
Anotem esse nome: Lídian Caldas ou Bae Ceratti, artisticamente falando. Baiana de Salvador e radicada no RJ, a jovem cantora e compositora de 22 anos, reside em solo carioca desde os três. Nem axé, pagodão, samba ou funk. Bae se considera avessa a rótulo e aposta numa linguagem musical “multifacetada”, “versátil”, “Rio e Bahia”.
“A música baiana e carioca, de certa forma, elas coexistem dentro de mim. Tem um CD que eu gosto muito, vira mexe eu ouço, que é o “Nossa Parceria”, de Davi Moraes e Moraes Moreira. Caraca, esse CD é impecável e consegue mesclar bem essa questão de Rio de Janeiro e Bahia. Ouço muito o Olodum também. Uma batida surreal e uma percussão de outro mundo. Do Rio, Jorge Ben. Sem dúvidas, minha maior referência. Meu sonho é fazer algum trabalho com ele. Tem o Tom Jobim também...”, explica.
A música em sua vida vem de berço. A convivência com seus parentes maternos, aliás, explica o caráter versátil da sua música:
“Eu não lembro de não existir música em minha vida. Minha família é muito musical. Minha mãe cantava muito para mim. Lembro dela cantando algumas canções do filme a Pequena Sereia, seu filme predileto. Meu tio toca violão, minha avó, minha mãe e tia cantam. Acabei sendo influenciada a seguir esse caminho”.

“A minha avó ouve muito Good Times, Love Songs e MPB. Minha mãe gosta de rock, da época dela: Red Hot, Bon Jovi, The Cranberries, Oasis, Counting Crows... Já minha tia gosta de pagode (risos). Então, já viu no que deu essa mistura? Por isso ouço de tudo um pouco!”, acrescenta.
EP – Seu primeiro EP, lançado em fevereiro, consta de três faixas, todas autorais. “Morena”, “Clara” e “Preta”. Nesse trabalho Bae passeia sobre a questão dos tons de pele, como ela mesmo narra.
" "Morena" fiz numa brincadeira sobre a minha mãe. “Preta” é sobre a minha namorada e surgiu após uma conversa no Whats App. Já a última, “Clara”, é inspirada em uma personagem de uma história escrita por mim, antes de conhecer minha atual companheira e que por coincidência tem o mesmo nome dela. Achei que tinha tudo haver colocar Morena, Clara e Preta tudo junto”.
A fonte de inspiração para as suas composições também é subtraída desde o cotidiano até fragmentos da letra ou da melodia de outros trabalho, como ela mesmo explica:

“Somente pelo fato de ser música já me inspira. Tenho mania de pegar algumas músicas que não gosto e tento achar algo positivo nelas. Pode ser um solo de guitarra, as vezes uma bateria, uma linha de baixo, uma parte da letra... Uso também das vivências para compor, minhas e de pessoas próximas... A escrita de Caio Fernando Abreu me motiva muito. Enfim, tudo me inspira, a vida me inspira, ler me inspira...”.
Seu objetivo? Que sua música alcance o grande número de pessoas e que produzam algum significado em suas vidas:
“Quero muito que alguém que não conheço chegue para mim e fale: Me identifico bastante com a sua música tal... Estou passando por isso e ela me ajudou muito ..."
O EP está disponível nas principais plataformas musicais (acesse aqui).
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