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CARURU ESTÁ PRÓXIMO DE SE TORNAR PATRIMÔNIO IMATERIAL DA BAHIA


Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE


O tradicional caruru de São Cosme e São Damião e dos Ibejis, para o candomblé, está perto de se tornar Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia. O processo, que foi aberto na terça, dia das divindades gêmeas, tem autoria do presidente da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, Táta Ricardo Tavares. Além da sessão de abertura, um caruru foi oferecido pelo presidente, em celebração.


“O processo que abrimos hoje vai fazer com que políticas de salvaguarda possam proteger essa manifestação centenária, tendo em vista sua importância de historicidade, atuação cultural, relevância social e identitária do povo da Bahia, que é um legado imensurável”, diz Táta.

O presidente afirma que a intolerância religiosa tem feito com que a tradição tenha sofrido uma redução, correndo risco de se perder.


“É de extrema importância proteger essa tradição da intolerância religiosa e de todos os outros ataques hostis que tem sofrido. A cada ano ela vem reduzindo, diminuindo mais e é uma manifestação centenária, que não pode ser perdida. É a cara do povo da Bahia”, salienta.

Depois da sessão de abertura, o processo será submetido ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) para estudo e construção de um dossiê.


“Acreditamos que ele leve de seis meses a um ano para a conclusão do dossiê. Ouve-se a comunidade, os devotos, todas as pessoas que têm participação na manifestação para compreender de fato a profundidade e importância cultural do caruru”, explica Táta.

Depois de pronto, o dossiê é devolvido à Câmara de Patrimônio, que emite parecer de mérito e aprova o processo. Então, o documento segue para a sanção do governador que efetivamente tornará o caruru patrimônio do Estado. Mas, com o início do processo, a manifestação cultural já fica sob a lei 8895/03, que institui normas de proteção e estímulo à preservação do patrimônio cultural do Estado da Bahia


Para Vagner Rocha, doutor em Estudos Étnicos e Africanos, tornar o caruru patrimônio é proteger a identidade da cultura baiana.


“É importante salientar que o Caruru de São Cosme é uma comida que se diferencia dos carurus do cotidiano. O caruru de promessa é mais que uma comida, é uma celebração. E por isso mesmo precisa ser valorizado, porque de fato é um patrimônio nosso, da Bahia, está na memória coletiva da população, mesclando fé, festa e comida, traduzindo tão bem a nossa identidade cultural", concluiu.

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