Que as maneiras de produzir, distribuir, consumir e apreciar música sofreram transformações ao longo dos tempos é evidente e não é de hoje que o mercado faz seus truques para garantir hegemonia sobre todos esses processos. Bem mais sútil tem sido a maneira como artistas e público elaboram formas contra hegemônicas de reação e de resistência a essa dominação.
As plataformas de streaming são ‘a bola da vez’, agenciando, pautando e produzindo artistas da música com olhos grandes para o mercado e cerrados para o cultivo e desenvolvimento da linguagem musical e suas implicações culturais e para a subjetividade. Com este olhar de intenção mais sensível, vem aumentando de maneira formidável o número de feiras de discos em todo Brasil, geralmente tendo o vinil como carro chefe, mas acolhendo outros formatos e, em alguns casos, dinamizando o diálogo entre artistas, produtores e público.
É com essa pegada que a Feira de Discos do Centro (SSA/BA) chega à sua terceira edição no dia 03 de setembro, a partir das 14h, no piso térreo do Shopping Colonial, localizado na Rua General Labatut, 137, Barris (em frente à Biblioteca Pública do Estado).
O evento reúne expositores (11 da capital e 2 do interior) que comercializam discos em seus diversos formatos (LPs, CPs, K7s, CDs, LDs), equipamentos (toca-discos, mixers, receivers), acessórios (agulhas, cápsulas) e utilidades afins com o mundo das mídias físicas. Além de ser possível garimpar e incrementar a coleção, a Feira também é ponto de encontro para quem deseja trocar informações, compartilhar experiências, divulgar eventos, lançar livros e discos ou apenas conversar, sobre música, cinema, quadrinhos, moda, literatura, games, ativismo cultural etc.
A trilha sonora fica a cargo de colecionadores locais que elaboram selectas temáticas especialmente para o evento.
Nessa edição, quem abre os trabalhos é a Dj Gabão (multiartista) que vai girar bolachas performando um set de brasilidades que evocam o jazz e o soul. Na sequência, Dj Môpa assume os toca-discos com boogie, funk e soul brasuca. O Dj Zambabem segue o baile com reggae, dub e rock steady e, encerrando os trabalhos, Pinduka vai arriar nos pratos uma selecta de sulcolências brasileiras lançadas há 50 anos e que fazem parte da discoteca básica ou estão na lista de desejos de muita gente.
Enquanto o dia da Feira não chega, é possível começar o garimpo, fazer reservas, encomendas e puxar papo acessando a página dos expositores indicados no box mais abaixo. Em tempo, música livre, interessada e interessante precisa ser produzida, distribuída, consumida e apreciada em todos os modos, meios e formatos, carecendo de gente fora das caixinhas para tanto. Então tá, vire o disco, mude o/de mercado, vem pra Feira!
DATA: 03 DE SETEMBRO
HORÁRIO: Das 14h às 19h
PRODUÇÃO: @discodelia
ENTRADA GRATUITA
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