
Evento na Fábrica Cultural segue até 5/2, com encontros semanais ; na largada Margareth recebeu Ivete, Gerônimo e Jorge Vercillo
Depois de um hiato de dois anos, a Península Itapagipana voltou a ser um dos principais agitos do Verão de Salvador. Neste domingo (15) , a 5ª edição do Mercado Iaô, sob o comando da cantora e ministra da Cultura Margareth Menezes, trouxe novamente ao bairro da Ribeira cultura, arte, gastronomia e economia criativa, atraindo baianos e turistas de várias regiões.
O projeto terá quatro edições, até o dia 5 de fevereiro, na Fábrica Cultural, na antiga fábrica de Linhos Nossa Senhora de Fátima – um espaço de 7 mil m².
Lá, foi montado um palco para shows, além do Galpão das Artes, que abriga feira de artesanato, e o Espaço Gastronômico - ocupados por empreendedoras da Rede Iaô, que tem como principal missão incentivar o empreendedorismo e o resgate da identidade cultural da Bahia.
“É a segunda vez que participo. Na primeira só colhi frutos. As pessoas passaram a me contratar para aniversários e eventos em empresas”, declarou Flávia Puridade, uma das expositoras do evento, que trabalha com a venda de pipocas gourmet e cones trufado.
Assim como Flávia, outras expositoras estavam a todo vapor às 10h, quando os portões do Mercado Iaô foram abertos – a entrada é gratuita até às 14h.
Especialistas em comidas regionais, as chefes T.Cris e Gal de Souza juntaram suas habilidades pela primeira vez e prepararam diversos pratos na hora, entre eles, o tradicional feijão tropeiro.
“Estamos juntas nesse projeto de cozinha colaborativa, porque acreditamos na força do evento”, disse Gal de Souza. Veterana, Ilana Luísa expõe seu trabalho desde a primeira edição. “Mesmo que as pessoas não comprem na hora, acabo fazendo o networking (rede de contatos) e as minhas vendas aumentam muito”, disse Ilana, que vende acessórios e joias confeccionados em capim dourado, conhecido como Ouro de Tocantins.

Moradora do bairro de Brotas, a aposentada Maria Fonseca Miranda, 62, caminhava com a família para a orla da Ribeira, quando resolveram entrar no Mercado Iaô.
“Acho muito importante, porque quebrar o estigma de que eventos culturais só podem ser realizados em bairros de classe média”, disse ela, quando apreciava um stand de velas aromatizadas.
Em Salvador desde o Réveillon, o carioca Valdemir Nunes, 43, percorreu o espaço no penúltimo dia de estadia na Bahia.
“Fiquei muito feliz em ver empreendedores negros expondo os seus produtos. Isso é valorizar o que os baianos têm de melhor: o seu povo”, declarou ele, que embarca hoje para o Rio de Janeiro.
Entre um cliente e outro, Samuel Ferreira Lima, o Samuca, não escondia a alegria. Além de participar pela primeira vez do Mercado Iaô com a sua cafeteira móvel, ele estava ansioso para os shows do dia – o ponto alto do evento, quando a concentração no local é de cerca de 5 mil pessoas.
“Com certeza isso vai atrair muita gente. Não estarei em frente ao palco, mas daqui mesmo vai dar para trabalhar e me divertir também”.
Margareth Menezes iniciou sua apresentação a partir das 18h. A anfitriã cantou seus principais sucessos, como Faraó, Dandalunda e Toté de Maiangá e recebeu os cantores Gerônimo, Jorge Vecillo e Ivete Sangalo, mantendo a tradição dos grandes encontros no Iaô.
De acordo com a assessoria do evento, no próximo dia 22, o show será comandado pela banda Afrocidade, que receberá como convidados a cantora de pagode Allana Sarah, conhecida como A Dama, e o cantor de rap Vandal.
O Mercado Iaô tem entrada franca até 14 horas. Depois disso, os ingressos, vendidos apenas no domingo, custam R$ 30 | R$ 15, com intuito de tornar o espaço autossustentável. A entrada do público está sujeita a lotação do espaço.
Nesta edição, o evento tem patrocínio do Instituto Nu, Carrefour e Prefeitura Municipal de Salvador.
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