A “Bahia Vista por um Passarinho” é a oitava obra do retratista Rui Rezende
Atenção, senhores (as) passageiros (as), última chamada para uma viagem incrível pelos quatro cantos da Bahia. Apertem os cintos e preparem-se para voar nas asas de um passarinho. O embarque será nesta quinta-feira (17), a partir das 17h, no Goethe-Institut Salvador-Bahia, na Vitória, no lançamento do oitavo livro do fotógrafo baiano, Rui Rezende. Uma das obras mais desafiantes da carreira do retratista com 23 anos de dedicação a arte de fotografar. Cada página da “Bahia Vista Por um Passarinho” é um mergulho pelos ares de um dos estados mais lindos e vastos do Brasil. Um encontro com paisagens deslumbrantes, retratadas desde a costa do litoral às montanhas mais altas da Chapada Diamantina.
Além da beleza dos mares e dos rios, da fauna e da flora, o livro traz registros de manifestações culturais, dos costumes e dos personagens da vida real. Um passeio tanto por lugares conhecidos, quanto pelas cidades baianas mais remotas, pouco visitadas.
“Vamos mostrar a Bahia de uma perspectiva que ninguém nunca viu antes. É a Bahia revelada pelos olhos de um passarinho. A celebração de um trabalho de mais de duas décadas”, comemora Rui Rezende.
Para a realização desse sonho de infância, o fotógrafo passou aproximadamente 500 horas voando pela Bahia em todo tipo de aeronave, na busca pelos melhores ângulos.
O baiano embarcou em parapente, paramotor, paratracker, balão, flyboat, girocóptero, helicóptero e avião. Chegou até a sofrer um acidente aéreo quando fazia fotos para este livro. Rui fotografava um desenho gigantesco feito numa lavoura de algodão, por ele mesmo e mais 7 pessoas, com a ajuda de duas máquinas e cordas. A aeronave caiu no dia 24 de julho de 2014, no município de Barreiras, no oeste do estado.
Rui ficou 42 dias internado, sendo dez deles em coma. Sofreu trauma na coluna, pé, braço e acabou perdendo parte do intestino. Ele precisou passar por seis cirurgias. Apesar do susto do acidente, Rui não perdeu a paixão por voar.
Um encanto que lhe acompanha desde a infância, quando pensava em ser piloto da Força Aérea Brasileira (FAB). A determinação do retratista para este livro é tamanha que, depois da queda do avião, a primeira foto que ele fez foi aérea, dando continuidade a obra. O amargosense alugou um helicóptero e sobrevoou uma das maiores festas populares de Salvador, a procissão marítima do Bom Jesus dos Navegantes.
No total, só para o “Bahia Vista por um Passarinho”, Rui tirou mais de 128 mil fotos e teve o desafio de selecionar 320 delas para apresentar no livro.
A obra traz Parques Nacionais belíssimos, mas ainda pouco divulgados, como o do Alto do Cariri e do Grande Sertão Veredas. Além da agricultura, desde a familiar ao agronegócio. Bem como feiras livres, portos e aeroportos, estradas, pontes, indústrias e arquitetura típica de cada região. Tudo isso pelo olhar diferenciado do experiente fotógrafo, com o uso dos melhores equipamentos existentes no mundo. Cliques feitos de cima dos quatro cantos do estado.
Detalhe: nenhum deles de drone. O livro conta com um mapa completo da Bahia, mostrando os pontos por onde o retratista sobrevoou e registrou. Além de 85 QR CODES, que levam a vídeos do momento em que cada foto foi tirada. Depois de décadas de dedicação, contemplações e algumas turbulências, Rui Rezende vai apresentar no lançamento a realização de um sonho.
“Uma alegria enorme invade meu coração, uma sensação maravilhosa de dever cumprido. É a conclusão de um trabalho feito com muito carinho, com extrema dedicação. Uma obra que pretende revelar, por diversos ângulos, todo o estado da Bahia. Tudo o que nós temos, o que nós fazemos e quem nós somos. Um trabalho de muita ousadia, que acaba de nascer para mostrar ao mundo esse belíssimo planeta chamado Bahia”, comenta o retratista.
Sintam-se convidados, cabem todos a bordo. Anotem na agenda e carimbem o passaporte para embarcar com destino a um universo de beleza. É nesta quinta-feira (17), a partir das 17h, no Goethe-Institut Salvador-Bahia, na Vitória.
“Está chegando o grande dia! Espero que as pessoas vejam esse livro e sintam-se representadas, sintam-se parte desta obra, que esse livro faça sentido pra elas. Desejo que compreendam um pouco melhor como é o nosso estado e que despertem o interesse de visitar lugares que nem imaginam que existem. Queremos trazer essa sensação de pertencimento as pessoas e essa vontade de conhecer a Bahia, que é maravilhosa”, convida o retratista.
Sobre Rui Rezende
Rui nasceu em Amargosa, região do Vale do Jiquiriça, onde vendeu limão na feira, teve criação de codornas e também plantou frutas e legumes na fazenda da mãe. Aos 17 anos, se mudou para trabalhar e estudar em Salvador, onde se encantou pela fotografia, ao se tornar funcionário de uma laboratório fotográfico. Na época, a câmera era analógica e a revelação manual (ainda no quarto escuro). Autodidata, Rui aprendeu a fotografar na prática, observando as próprias imagens e criando técnicas.
Naquele tempo só era possível ver o resultado das fotos quase 30 dias depois de tiradas. Quando fotografava o interior, ele precisava voltar para Salvador para revelar dezenas de filmes.
O amargosense comprou sua primeira câmera em 1999 e a partir de 2003 passou a dedicar-se quase que exclusivamente a fotografia de natureza. Em 2011, lançou a primeira das suas sete obras. Rui é conhecido pelo olhar minucioso e rigoroso, assim como pelas técnicas usadas na hora da foto. Ele não faz nenhuma intervenção nas suas imagens pelo computador, além de correção de cores e luz.
O retratista é autor dos livros “Amargosa Nossa Terra Nossa Gente”, “Vaqueiros do Raso da Catarina”, “Oeste da Bahia – o Novo Mundo”, “Chapada Diamantina um Paraíso Desconhecido”, “Encantos de Tinharé”, “Cairu – Cidade do Sol” e também da publicação “Unidades de Conservação do Estado da Bahia”. Folhear um livro de Rui Rezende é viajar por lugares fantásticos, vendo as pessoas e a natureza de uma maneira especial.
O livro “Bahia Vista Por um Passarinho” promete e muito e já é esperado por milhares dos seguidores que têm acompanhado as expedições aéreas do fotógrafo, pelo Instagram @ruirezendefotos. Apesar das obras de arte pintadas pelas suas lentes, Rui Rezende não gosta de ser chamado de artista. “O artista é Deus, eu sou apenas o retratista”, define o amargosens
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