3ª Edição do evento reforçou a democratização do acesso à cultura ao levar para o Subúrbio de Salvador uma programação conectada às raízes culturais da região
O Subúrbio Ferroviário de Salvador foi palco, mais uma vez, de uma celebração da diversidade literária e cultural, com a realização da 3ª Feira Literária do Subúrbio (FLISU). O Colégio Estadual Barros Barreto, em Paripe, recebeu uma programação intensa e gratuita que destacou as vozes das periferias, a ancestralidade afro-brasileira e as narrativas de resistência.
A abertura do evento, na segunda-feira (18), contou com o espetáculo teatral “São Tomé: uma história e meia”, apresentado pelo Centro Cultural Mamulengo (CCM). O coordenador de comunicação do Centro, Álvaro Oliveira, ressaltou a importância do evento ao afirmar que "a FLISU reafirma a potência cultural das periferias, dando visibilidade às histórias que muitas vezes ficam à margem dos grandes circuitos."
Em seguida, rodas de conversa e o pré-lançamento do livro “Tia Zu - uma mulher ancestral” homenagearam a força feminina e a sabedoria comunitária. A cantora Jann fechou o dia com um show emocionante que envolveu o público.
Já no dia 19, a programação incluiu um workshop sobre rap e trap, conduzido por Gabriel Bispo, e discussões sobre a literatura das religiões de matriz africana e a resistência das literaturas periféricas.
O destaque ficou para a participação da escritora cuiabana Ryane Leão, que participou da FLISU para “falar sobre afetividade através da palavra, literatura negra, coragem e identificação e novas narrativas. E espero que eu tenha conseguido deixar coragem para que as pessoas contem suas histórias também”
A estudante Stefanie Monteiro, do Colégio Estadual Osvaldo Barreto, destacou a relevância da FLISU:
"Foi um evento muito interessante, porque mostra a história da nossa ancestralidade, do nosso povo e, também, a história dos bairros de São Tomé de Paripe e de Tubarão, que a gente conhece como se fosse só praia, mas que tem muita história", disse. A tradicional Roda de Samba do grupo Sibí Dúdú marcou o encerramento, celebrando a identidade e a cultura do Subúrbio.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
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