Próxima edição, que encerra a temporada de inverno, acontece no final do mês
Alguém já pode até ter assistido ‘Dirty Dancing - Ritmo Quente’ inúmeras vezes e se sentido a Baby (Jennifer Grey) de Johnny Castle (Patrick Swayze), ao som de ‘The Time Of My Life’. Um clássico é um clássico, e não dá para criticar quem deseja rever até enjoar. Mas imagine sair do sofá de casa e pegar esse repeteco incansável ao ar livre e à beira-mar?
A ideia de exibir longas com nostalgia, romance e open de pipoca na praia do Buracão, no Rio Vermelho, nasceu durante as noites de cinema em família, como conta um dos sócios do Blue Praia Bar (@bluepraiabar), Sérgio Morais.
“Senti vontade de amplificar o que eu já fazia em casa e levar essa proposta para o Blue. O cine partiu também da necessidade de explorar novidades e movimentar o espaço, principalmente no período de baixa estação em que não temos o verão a nosso favor”, afirma.
O Cine Blue deu tão certo que os ingressos costumam esgotar logo que a venda online é aberta. Do início do cine até agora foram exibidos filmes como Dirty Dancing/ Ritmo Quente (EUA, 1987), Bohemian Rhapsody (EUA/ Reino Unido, 2018), Perfume de Mulher (EUA, 1992), Um lugar chamado Nothing Hill (EUA/ Reino Unido, 1999) Diário de uma Paixão (EUA, 2004), Uma linda mulher (EUA, 1990) e Meia-noite em Paris (Espanha/ EUA/ França, 2011). O longa é definido por meio de uma enquete feita no Instagram do bar.
“As sessões agregaram, principalmente, porque a gente tinha um grande desafio de funcionamento à noite. Por estarmos voltados a uma experiência de praia, precisávamos fazer algo diferente, que se tornasse desejável e possível para que o bar abrisse a noite também. Então, o projeto ajudou muito no sentido de viabilizar o funcionamento em um horário que nunca operamos, a não ser com eventos”.
E para fechar a temporada de inverno, o Cine Blue exibe no dia 23 de setembro, a partir das 19h30, o filme Cisne Negro (EUA, 2010). Os ingressos da edição especial que custavam R$ 120, esgotaram em menos de 24 horas.
A edição especial vai contar também com uma performance artística da bailarina Joline Andrade, mais o violinista Mario Soares e o pianista Yacoce Simões, músicos da Orquestra Sinfônica da Bahia. Além de pipoca à vontade, o cine dá direito a um ‘welcome’ drink Campari e cerveja Corona. Valores e mais informações estão disponíveis no perfil do bar no Instagram.
“Será uma sessão diferente, com uma performance artística especial que mistura teatro, dança e cinema. A pandemia mudou muito a ida ao bar. Existe de fato uma busca por experiências que não sejam apenas para beber e saciar a fome. As pessoas buscam algo a mais, que possam socializar, rever os amigos, celebrar. Então a gente cria situações e ambientes para que elas possam vivenciar essas ocasiões da melhor forma possível”, comenta Morais.
Após essa temporada, o Cine Blue deixa de acontecer a cada 15 dias e passa a ter novas edições em ocasiões especiais e temáticas, devido aos eventos que a casa costuma promover no verão.
“Para além de um restaurante ou um bar de praia, o Blue é um espaço de conexão e partilha. Por serem filmes clássicos com uma pegada romântica e nostálgica, vemos muitos casais e pessoas que realmente amam os filmes exibidos. A oportunidade de ver seu filme preferido em uma sessão ao ar livre entre os coqueiros da Praia do Buracão, é realmente única. O público valoriza isso”.
Algo a mais
Consultor de Negócios, André Lima destaca que hoje qualquer pessoa precisa de um motivo realmente bom, não só para sair de casa mas também para gastar com lazer.
“A pandemia deixou as pessoas mais seletivas e por isso. O local tem que valer muito a pena, diferente da experiência antiga. Antes da covid, que era só chegar assim: vamos? A resposta imediata seria, agora. Você sentava ali, tomava uma cerveja, comia um petisco e ia embora. Hoje, não. O bar virou sim um produto que tem que ser muito bem qualificado para que o cliente permaneça”.
A especialista em Comportamento do Consumidor, Kira Perdigão, concorda. O simples bar com bebida, petisco e o som ao vivo se tornou pouco para um negócio.
“A preferência agora é por onde se possa confraternizar, rever pessoas. O entretenimento se tornou esse lugar de encontro, sobretudo, com um apelo mais emocional. O consumo por consumir não é mais um parâmetro. Aquilo ali precisa ter um sentido e um significado. Oferecer conforto, conteúdo, espaços instagramáveis e pensar na experiência como um todo”, completa.
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